segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Educação ambiental pela mídia?

Quem me conhece sabe quanto é caro a mim a temática da educação ambiental - seja pelo fato de já ter sido objeto de estudo na graduação, seja em razão da minha sincera crença pessoal de que o desenvolvimento (não simplesmente crescimento econômico) de um país somente é possível a partir da educação.

Nesse sentido, vi/ouvi algo hoje que me impulsionou a escrever por indignação...




Felizmente, temos uma legislação federal sobre Educação Ambiental (Lei 9795/1999) que regulamenta o art. 225, VI, da Constituição Federal, inspirada no Tratado de Educação Ambiental para Sociedades Sustentáveis e Responsabilidade Global, de 1992, no âmbito da ONU (http://www.ufpa.br/npadc/gpeea/DocsEA/TratadoEA.pdf). A legislação define os objetivos, os princípios embasadores e as maneiras de realização da mesma: ensino formal e informal, sendo este mediante os meios de comunicação de massa, campanhas governamentais, dentre outros.

Escrevi tudo isso para chamar a atenção para a manipulação das informações pela mídia hegemônica. Esta noite, no Jornal Nacional da Rede Globo, iniciou uma série de reportagens sobre a biodiversidade brasileira; a primeira reportagem dirigiu seu enfoque para as Cataratas do Iguaçu, mostrando suas belezas, afirmando que o Parque Nacional instituído em razão das mesmas está muito bem conservado e, por último, fazendo referência aos riscos existentes no entorno do Parque: as lavouras de soja, predominantemente.

A princípio, a iniciativa é muito louvável, pois estar-se-á possibilitando o cumprimento do papel de informar/educar/conscientizar a população mediante reportagens veiculadas no horário nobre da maior rede de telecomunicações do país.

Entretanto, uma reportagem que fala em biodiversidade e em lavouras de soja, não poderia de forma alguma esquecer de fazer referência à possibilidade de contaminação de tal biodiversidade pela dispersão da soja TRANSGÊNICA, da existência desse risco - coisa que a reportagem nem mesmo fez menção, citando apenas o problema dos agrotóxicos (que também não é pequeno).


Assim, deixo apenas um questionamento: é possível pensar em realizar educação ambiental através dos meios de comunicação de massa? Quantas vezes observaremos a omissão de informações essenciais sobre um fato/um conhecimento? Como confiar no que escutamos na televisão?

Há pouco tempo tive acesso a um site de mídia alternativa (não hegemônica) e gostaria de compartilhar. Certamente, também não essas reportagens podem ser tidas como a verdade única. Entretanto, ao menos é mais uma nova fonte para fazer-nos pensar.


Só nos resta refletir e repensar, sempre e sempre.

2 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. Bem... considerando que educação ambiental é algo muito amplo, que envolve informação, conscientização e sensibilização, acredito que a televisão desempenhe um importante papel na parte da informação.

    Contudo, não podemos esperar muito das informações, considerando que sempre há o patrocinador, que sempre terá seus interesses levados em consideração. A Monsanto, por exemplo, ficaria feliz em fazer uma reportagem mostrando os "benefícios" dos transgênicos, mas não ia gostar nada nada de qualquer menção aos impactos negativos.

    Adoro o tema "educação ambiental"! Parabéns pelo post!

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