terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Matriz energética é questão de segurança nacional!

Estudo afirma que Europa pode ter matriz 100% renovável até 2050

Energias alternativas
Qui, 27 de Janeiro de 2011 05:18
Para atingir a meta, seriam necessários fortes investimentos em transmissão e em geração eólica e solar.Um sistema de transmissão totalmente integrado, capaz de fazer a energia transitar com facilidade por entre países, e o aproveitamento dos potenciais eólico e solar são apontados como caminho chave para que a Europa aumente a participação das fontes renováveis na sua matriz energética.Com essas estratégias e fortes investimentos, o continente poderia chegar a 2030 com 68% de sua energia gerada por fontes renováveis e, em 2050, ter uma matriz até 97% limpa.A conclusão é apresentada no estudo Battle of the Grids, lançado pelo Greenpeace na última semana.O documento traça dois possíveis cenários para atingir as ousadas metas. Num deles, chamado "high grid", a Europa seria conectada ao Norte da África, o que permitiria ao bloco aproveitar a forte irradiação solar do continente africano para gerar energia. Com isso, os custos com produção de energia seriam menores, mas a transmissão exigiria mais recursos: estima-se que a solução custaria 581 biliões de euros entre 2030 e 2050.Já no cenário "low grid", as centrais de geradores se concentrariam em regiões com maior procura, como grandes cidades e centros industriais, o que reduziria os custos com a construção de linhas de transmissão. Nesse cenário, a rede receberia investimentos de apenas 74 biliões de euros, mas os gastos disparariam na outra ponta, a de geração - uma vez que os painéis solares acabariam instalados em regiões com menor potencial.As principais fontes apontadas como o caminho para uma matriz renovável são a solar e a eólica - com centrais nucleares e movidas a gás natural perdendo espaço. O estudo prevê que, até 2030, a geração a gás servirá para cobrir a instabilidade dos ventos e do sol. A partir daí, essas plantas seriam substituídas por fontes limpas que também podem ser acionadas como reserva - hidrelétricas, geotérmicas, energia solar concentrada (CSP) e biomassa. Já as centrais nucleares perderiam a sua função justamente devido às sua característica de operar na base do sistema.A ideia é de que, até 2030, sejam necessários 70 biliões de euros em infraestrutura de redes para garantir segurança energética por 24 horas ao dia mesmo com 68% de energia limpa. Os especialistas apontam que, atualmente, turbinas eólicas chegam a ser desligadas em momentos de sobra de energia no sistema europeu, uma vez que fontes que operam na base, como a nuclear, ganham vantagem na hora de serem despachadas.O estudo lembra que a rede também precisará evoluir rumo às smart grids - as linhas inteligentes. A necessidade aparecerá com a expansão da microgeração distribuída - com turbinas eólicas, painéis solares e sistemas de cogeração conectados ao sistema e enviando energia para a rede.Fonte: J. Energia
Minha opinião:
Mais uma vez, é possível ver que ao menos em países ricos como é a maioria dos europeus, essa possibilidade está cada vez mais próxima. Ao mesmo tempo, é curioso pensar que em áreas com tão pouco sol (e agora sei por experiência própria) seja uma opção a energia solar - e essa alternativa seja ainda tão pouco visada no Brasil.

Assim, impossível não ter a clareza de que a matriz energética acaba sendo determinada pelo critério do ganho financeiro para os grupos que controlam as mesmas - mesma na Europa isso acontece, no caso da energia nuclear.

Por fim, resta concluir somente que o tema da matriz energética nacional requer uma análise transdisciplinar, além da compreensão de que se trata de algo que - com ainda mais ênfase a partir de agora - depende da intervenção do Estado, sendo inaceitável a idéia de deixar sua regulação por conta do mercado (lei da oferta e da procura).

Matriz energética é questão de segurança nacional - interna e externa!

Um comentário:

  1. Pois é! Os países que ditarão as regras no futuro serão os energeticamente independentes. Por que será que a China está investindo pesado em pesquisas nessa área, né?

    Em relação à energia renovável... acredito que para os países em desenvolvimento a questão que pesa bastante (além da vontade política) é a tecnologia, ou melhor, a falta dela.

    Uma tecnologia interessante é a célula de combustível. http://celulasdecombustivel.planetaclix.pt/

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